Por Jorge Goetttnauer
O mundo de hoje se encontra no cenário da conectividade, vivemos consumindo informações que vão da palma de nossas mãos para as telas de televisão. Um boato que seja, circula na velocidade da luz, podendo ganhar proporções de uma grande crise.
Não é um segredo que mentiras, boatos e fofocas são divulgados como verdades. Não é de hoje que se emprega a indústria da desinformação para desorientar a opinião pública ou destruir corporações, governos, marcas. Foi com o fenômeno das redes sociais que esse tipo de publicação ganhou força e se popularizou, fincando raízes com bots e partisans, formando muita das vezes uma maléfica rede.
Desde 2016, durante as eleições presidenciais nos Estados Unidos (EUA), na qual Donald Trump tornou-se presidente. A imprensa do mundo inteiro apelidou as notícias falsas de Fake News, o termo em inglês se tornou popular e rotineiro nos noticiários, usado para se referir a falsas informações divulgadas, geralmente, nas redes sociais.
Desde então, com fluxo de dados gerados pela internet e sua infinidade de sites, blogs e redes, vem se tornado cada vez mais difícil filtrar as informações corretas.
Em um mundo ideal onde todos tenham acesso ilimitado ao conhecimento isso se tornaria fácil, porém, conhecimento e ferramentas para lapidar o mar de dados que temos hoje custam tempo e na maioria das vezes, dinheiro.
Um estudo chamado Iceberg Digital feito pela companhia de cibersegurança Kaspersky, com a parceria da latino-americana CORPA, mostra que os latino-americanos em sua maioria não sabem ou não conseguem, identificar notícias falsas na internet, no Brasil, esse número chega a 62%.
Em toda a América Latina, o Brasil é o país que se tem maior preocupação por parte dos profissionais da área de Relações Públicas ou Assessorias. Um levantamento da Latin American Communication, Monitor 2018-2019, mostra que atualmente 48,6% dos departamentos de comunicação veem as Fake News como uma questão preocupante para o desenvolvimento de seus trabalhos. O número está acima da média da região (33%)
No mundo de hoje, onde se precisa cada vez mais de velocidade para desempenhar funções, e o consumo do tempo é estimado, soluções são sempre bem vindas. Métodos e ações práticas que visam oferecer direção para empresas, marcas e até mesmo para órgãos públicos, podem ser realizadas através do Clipping.
Esse instrumento da comunicação pode ajudar muito no combate de crises geradas por Fake News, através de respostas em canais oficiais e integração com a mídia.
“Pessoas físicas ou públicas também são atingidas pela disseminação de notícias falsas. Recentemente, no Brasil, tivemos diversas operações de busca e apreensão realizadas pela Polícia Federal para apurar crimes de difamação contra juízes do Supremo Tribunal Federal (STF), geradas por meio de Fake News.”
Com o clipping pode ajudar
Clipping é um método do campo jornalístico, usado em grande parte do tempo em Assessorias de Imprensas e Relações Públicas. O termo é uma gíria da língua inglesa, sua maior atribuição é selecionar notícias por um processo contínuo que monitora, analisa e arquivam citações feitas em jornais, revistas, sites entre outros meios que compõem a mídia.
Antigamente se associava o Clipping somente a meios impressos, hoje, ele é feito de forma digital com mais seleção e rapidez, se apropriando de ferramentas de TI, BI e até mesmo de Marketing, criando canais de resposta quase que imediatos junto à mídia.
A seleção dessas notícias acontece por meio de “Keywords” (Palavras-chave), sua seleção, geralmente é feita de acordo com os interesses de cada órgão, indivíduo ou empresa.
Essas palavras podem ser variadas ou até mesmo dentro de um nicho, como o lançamento de um produto de uma determinada marca.
Esse monitoramento constante evita surpresas em tempos tranquilos e orienta ações de resposta em tempos de crises, trazendo para junto da equipe de comunicação um panorama de tudo que vem sendo falado dentro da mídia comum e principalmente da especializada.
Qualquer difamação, errata ou informação imprecisa, gera rapidamente ruído dentro do setor de comunicação, abrindo quase que imediatamente um canal para esclarecimento e resposta junto aos veículos de comunicação, evitando um quadro agravado da situação.
Esses filtros criados pelo clipping aliado a outros setores ajudam a filtrar informações incorretas, e nos dias de hoje podem ajudar a frear a propagação das Fake News por meio de respostas firmes da Assessoria de Imprensa, cobrando ações contra quem fez as ilações.
O papel que o clipping ocupa de: monitorar e acompanhar as notícias sobre sua organização ou pessoa, e também feito sobre seus concorrentes elimina ou impede a disseminação das informações falsas que podem impactar a reputação.
Com o setor de BI sendo aliado do clipping moderno foi possível o distanciando das empresas com os métodos mais antigos, que produziam relatórios que olhavam o passado e muitas das vezes não traziam o resultado e as diferenças necessárias para uma integração com a mídia.
Hoje temos o clipping interativo, totalmente adaptado às situações de mercado, trazendo um monitoramento customizado, filtrando com mais precisão as Fake News.
A base para isso pode ser feita através de quatro pontos básicos: conhecimento sobre os objetivos, monitoramento do mercado e concorrentes, confirmação da fonte da matéria, organização das informações. A reunião desse quatro pilares criam de imediato uma rede complexa para gerir e distribuir as ações de uma empresa, pessoa e ou organização.