Canais digitais: estimativas de aumento nas vendas para pós-pandemia criam expectativas positivas

Por Roberto Marcio

É cedo demais para afirmar que a batalha contra o Covid-19 está vencida e que é possível voltar às atividades econômicas e sociais em índices pré março deste ano. Apenas com a vacina, dizem os especialistas, vai ser possível retomar a vida como antes. Isto, contudo, não invalida o fato de que já é possível planejar seu negócio, independente do tamanho, para o que virá após a imunização da população. Com a crise causada pela pandemia do coronavírus no país,  pequenos negócios, por exemplo, que nem sonhavam com a digitalização, passaram a ver no online, uma fonte de renda necessária para manter seus estabelecimentos funcionando.

Foi produzido um levantamento com MPEs de todo o Brasil e se constatou que 20% dos pequenos empresários do ramo de serviços e 13% do comércio, funcionaram 100% online durante a pandemia, mostrando que são os setores que mais se adaptaram ao digital. Uma das ferramentas mais usadas durante o período foi o whatsapp, que serviu como uma ponte entre o consumidor e os pequenos negócios e teve uma atuação decisiva ao impulsionar a transformação digital nesse importante setor da economia. A percepção de que a digitalização é um poderoso aliado nesses tempos de pandemia fez com que esses empresários incluíssem esse processo como uma nova forma de sobrevivência. Agora eles pretendem incrementar a tecnologia já pensando no mundo pós-Covid-19.

Autora da pesquisa, a BizCapital, fintech que concede empréstimo online para micro e pequenas empresas, ressaltou que é importante notar que o setor de serviços em geral foi o que melhor reagiu às mudanças para plataformas online. O ramo conseguiu se adaptar com mais eficiência e rapidez uma vez que não puderam manter um espaço físico para funcionar. O segmento de varejo de roupas apresentou 11% de MPEs com funcionamento 100% digital ao longo da quarentena, e para a retomada, 13% manterá os canais online para continuar as vendas.

Apesar disso, o levantamento também mostra que mesmo com a entrada no digital, as pequenas empresas não conseguiram evitar a queda em suas receitas. Entre a segunda quinzena de março e primeira quinzena de julho, os setores de serviços e comércio tiveram queda de 47% e 37% no faturamento, respectivamente. Para o varejo de roupas foi ainda mais delicado: 51% de redução. A expectativa do varejo, entretanto, havia crescido com o benefício emergencial dado pelo Governo Federal à aqueles que comprovadamente não possuíam alguma renda ou ficaram à mercê da crise intensificada pela pandemia, que fechou negócios e desempregou milhares pelo país afora. 

O momento é delicado e boa parte da categoria do empresariado sabe que é importante administrar bem os negócios agora pensando no futuro, talvez não tão distante. A possibilidade, já ventilada pelo Governo Federal, de que a vacina pode chegar ao Brasil até o final do primeiro trimestre de 2021, obriga a todos fazer planos para essa nova fase da economia. Ninguém tem dúvidas sobre o incremento de todos os negócios a partir de uma imunização nacional, e para isso estima-se que as transações financeiras vão crescer, com destaques para serviços e varejo. Se a estimativa de recuperação gradual da economia aponta para o meio do segundo semestre do próximo ano, um aumento ainda mais significativo está previsto para 2022. 

“Os pequenos negócios continuam criando novas soluções, principalmente agora, na retomada das atividades. Nesse momento, é preciso focar o planejamento, fazer contas, cortar gastos desnecessários e seguir investindo no que faz mais sentido para a companhia. O digital entrou na rotina das pequenas empresas e, aos poucos, fará toda a diferença”, finaliza Francisco Ferreira, sócio-fundador da BizCapital. 

O varejo foi diretamente impactado pela pandemia e por essa mudança nos hábitos de consumo, tendo que se adequar rapidamente a uma nova realidade. Em outras palavras, o mundo pós-pandemia não irá mudar apenas a forma de nos relacionarmos, mas também a forma como compramos, vendemos e pagamos.

Portanto, o uso dos canais digitais tende a se difundir ainda mais com o passar dos meses, principalmente porque os pequenos empresários possuem a visão de que, além de econômico, a introdução de novas tecnologias para melhorar suas vendas é a saída enquanto o mundo não encontra uma vacina capaz de frear a pandemia que vimitou milhares no Brasil e no mundo. Para eles, a sensação de liberdade que o consumidor vai encontrar com a imunização vai fazer com que o serviços e o varejo voltem a liderar as transações econômicas em todo o mundo, uma nova mudança no comportamento da sociedade que enxerga no universo online uma nova experiência na aquisição de produtos. 

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