Por Roberto Marcio
A Black Friday acontecerá apenas no dia 27 de novembro, mas ganhará transformações significativas este ano. Além da pandemia de coronavírus que vai impactar diretamente na forma como as pessoas realizam compras, há ainda um novo cenário tecnológico pela frente: o Pix, nova rede de pagamentos instantâneos que chega oficialmente poucos dias antes da ocasião.
Sem necessidade de toque, bastando apenas aproximar e pagar ou fazer a leitura de um QR Code com o seu próprio smartphone, as transferências estarão disponíveis 24 horas, sete dias por semana, trazendo benefícios tanto para a população quanto para o varejo. Pela primeira vez em uma Black Friday, as formas de se pagar poderão ser 100% digitais.
Os e-commerces devem aproveitar bastante a oportunidade, já que o boleto, uma das principais dores desse mercado, mantém a mercadoria bloqueada e nem sempre a compra é efetuada. Por conta disso, o esperado é que ofereçam descontos ainda maiores para a população que optar pelo Pix. Com a rapidez da transação e a compra confirmada na hora, o consumidor também deve receber o produto em sua casa em menos dias.
Conheça alguns detalhes sobre o funcionamento do PIX
De acordo com Marcelo Godke – bacharel em Direito pela Universidade Católica de Santos, falta pouco mais de meses para lançar o PIX no Brasil, mas o tema ainda gera muitas dúvidas. O sistema de pagamentos instantâneos que chega por aqui em novembro irá revolucionar os serviços financeiros e a forma como fazemos nossas compras no dia a dia.
Hoje, quando um grupo de amigos sai para comer uma pizza, dividem a conta ou transferem para o amigo – muitas vezes até pagando altas taxas por isso. Dependendo do dia, o dinheiro só vai cair na conta após dois dias inteiros. Sendo assim, Marcelo descreveu alguns detalhes sobre o funcionamento do PIX:
Quanto vai custar? Transferências entre pessoas físicas serão gratuitas. Lojistas terão que pagar para receber os pagamentos e transferências entre pessoas jurídicas também serão tarifadas. Porém, o BC diz que as taxas devem ser bem menores do que as praticadas atualmente.
Cadastro: a partir de cinco de outubro, será possível realizar o registro de pessoas físicas e jurídicas. O cadastro é obrigatório apenas para instituições financeiras com mais de 500 mil clientes.
Chaves Pix: São as formas de identificar os usuários. Não será mais necessário informar agência, conta e CPF. Os consumidores poderão realizar transferências ou pagamentos de contas e produtos de três maneiras principais: Chaves Pix, QR Code e NFC.
Fim dos cartões? No momento, a ameaça maior é para o cartão de débito. Mas o BC tem planos de ofertar compras a prazo com o sistema, o que transformaria o PIX em um rival do cartão de crédito.
O especialista concluiu que o PIX vai permitir que uma transferência ocorra e caia na conta na mesma hora, sem pagar nenhuma taxa. Isso porque os custos dessa operação para os bancos será de apenas 0,01 centavos, o que promete acabar com o boleto, DOC e TED, que possuem custos bem mais elevados para a pessoa física. Além disso, o sistema vai tornar mais fácil o acesso aos serviços financeiros, pois afinal, milhares de brasileiros não possuem conta bancária ou estão com o nome sujo na praça e com ele basta ter uma carteira digital para fazer as transações ou operações.